É preciso não confundir interdependência com dependência. E, por sua vez, sermos interdependentes (em vez de dependentes), não significa sermos desapegados.

Não somos ilhas. Somos seres sociais. Somos seres feitos para interagirmos uns com os outros. Para dar e receber, para aprender.

No entanto, as nossas maiores necessidades são da nossa única responsabilidade. Se o nosso bem-estar, a nossa saúde, o nosso sentido de Ser e ter para dar aos outros, depende deles mesmos, uma vez que os outros não estão sempre connosco ou cá para sempre (sejam os nossos pais, amigos ou amantes), tornamo-nos seres dependentes e incompletos. Quando não estamos distraídos com pessoas ou coisas, vivemos a sensação de vazio, deparando-nos com a nossa “solidão”.

No inglês existem as palavras “loneliness” e “solitude”. Não são o mesmo. “Solitude” é como uma “solidão voluntária”. É o espaço (físico e de silêncio) que nos proporcionamos para estar connosco, para nos equilibrarmos, para nos restaurarmos, para refletirmos e digerirmos. “Loneliness” é um estado de dependência e carência. Uma sensação de mal-estar e desespero quando estamos sós.

Só quando criamos as condições para ter o espaço e o silêncio necessários é que conseguimos verdadeiramente sentirmo-nos, entender como é que estamos. E só estando bem sozinhos, sem precisar de ir buscar o nosso bem-estar a nada fora de nós, podemos então contribuir positivamente para as nossas relações. Porque partimos dum lugar fértil e não dum lugar desvitalizado. Se não colocamos a máscara de oxigénio em nós, como podemos colocar no outro? E se essa pessoa não a coloca nela própria, como pode ela dar-nos ajuda?

O que é que acontece quando não nos permitirmos desligar o ruído para ouvirmos a nossa voz interior? O nosso sistema operativo não (re)carrega, as nossas baterias morrem e em vão procuramos o “carregador” noutra pessoa.

Como é que sabemos se estamos a depender em excesso do outro (ou o outro de nós)? Sabemos isso quando a nossa dependência ou a do outro em demasia suga a energia e tempo do parceiro/a, acabando por resultar naquilo que menos queremos: o seu afastamento (em vez da sua aproximação), ou por sua vez o nosso afastamento. Também acontece, quem tem “medo de ser abandonado” terminar as relações e afastar-se, para que o outro não o faça primeiro. É uma forma de “evitar” a rejeição.

Uma frase que resume bem esta ideia de interdependência saudável, é: “I need to know that you need me, but not in a needy way.” Preciso sentir que precisas de mim, mas não duma forma carente.

Por vezes, temos de morrer algumas vezes antes que possamos estar realmente vivos. Temos de deixar as partes de nós que nos matam, morrerem. Porque no processo, afundamo-nos a nós e aos outros. Porque ninguém nos vem “salvar”. Temos de nos salvar a nós próprios, aprender a nadar sem bóias e, nessa viagem, partilhar ao máximo as nossas aventuras e desventuras, partilhar os voos e as quedas, sem nunca, nunca, nunca cortar as asas a alguém ou deixarem que nos cortem as nossas.

Com amor,

Elisa.

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