O Cérebro Romântico: “He loves me, he loves me not…”

E o mistério da minha tia-bisavó Exploradora, que… acabou num convento!

“Parting is all we need to know of hell.” – Emily Dickinson

Reza a estória na minha família que…

… a irmã da minha bisavó era a festeira das irmãs todas.

Gostava de viver na crista da onda, de roda no ar, de ir aos encontros sociais, e dizem que, mesmo nessa altura – num Portugal rural da Beira – já usava collants de seda vindos de Paris, nas ditas festas de arromba…

Chamava-se Maria do Carmo, e se eu lhe desse a fazer o Teste de Personalidade de Helen Fisher, muito provavelmente seria uma Exploradora!

Mas… a estória da Maria do Carmo é um mistério: de um momento para o outro, sem qualquer sinal que o pudesse antecipar, deu entrada num convento de freiras de onde nunca mais saiu.

O seu pai tentou visitá-la, mas a conversa aconteceu por entre uma janela de grades com uma cortina, portanto, nem a conseguiu ver, só ouvir… E esse foi o último contacto da Maria do Carmo com a família e com mundo exterior.

Dizem que… sofreu um desgosto de amor. Não podia casar-se com o homem que amava, talvez por já ser casado, ou porque o amor dela não era correspondido por ele.

Emily Dickinson diz,

“Tudo o que precisamos de saber sobre o Céu e o Inferno, está numa despedida.”

A tia-bisavó Maria do Carmo, não aguentando o Inferno, ou seja, o desgosto de amor, escolheu o “Céu”.

Provavelmente já ouviu falar no Cérebro Reptiliano?

O cérebro reptiliano é a parte do nosso cérebro que está ligada ao instinto, ou seja, à sobrevivência. Quando passamos fome, frio ou estamos perante algum tipo de perigo ou de ameaça, é esta a parte do cérebro que se ilumina para garantir que nos mantemos vivos!
Está ligado à ação, ao agir!

Mas talvez nunca tenha ouvido falar no Cérebro Romântico?

Ou seja, o Cérebro do Amor, o Cérebro Apaixonado (The Love Brain).
Está ligado ao sentir.

Refere-se às partes do Cérebro que se iluminam quando buscamos e sentimos o Amor Romântico, aquele que nos faz desejar desesperadamente alguém, não somente sexualmente, mas emocionalmente, e escolher este parceiro romântico e não aquele.

Sentimos medo e euforia, tudo ao mesmo tempo!
Esse desejar é muito mais forte que o simples ímpeto sexual, e… quando não é correspondido, impacta-nos tremendamente.

Entre outras coisas, pode levar-nos a uma morte emocional, a um estado de depressão, vazio e apatia… Morremos por dentro e nada mais importa, tudo deixou de ser importante, tudo deixou de fazer sentido. (Até… um novo amor aparecer!)

“Romantic love is not an emotion. … It’s a drive. It comes from the motor of the mind, the wanting part of the mind, the craving part of the mind.” – Helen Fisher

A antropóloga Helen Fisher estuda o Cérebro Romântico há décadas e fez imensas descobertas acerca do “jogo do acasalamento” (The Mating Game) em que todos participamos, mesmo que de forma inconsciente!

A minha principal linha de trabalho é dar uma utilidade prática às suas pesquisas científicas e com isso educar e ajudar solteiros a encontrarem a relação romântica certa para eles.

Por outro lado, também oriento casais a entenderem melhor a parceria romântica que formam juntos, para poderem tomar decisões informadas e certas para eles.

“Helen Fisher’s findings suggest that romantic love gives off the same dopamine hits as other things in life that cause us to feel euphoric, excited, and giddy.”


Ou seja, os efeitos do amor romântico são de tal maneira impactantes no nosso cérebro, e por consequência, nas nossas vidas (!) que a ESCOLHA de parceiro/a é uma das mais importantes de se fazer bem.

E não se ensina das escolas como desenvolver esta inteligência relacional. Aprendemos várias valências, mas não a relacionarmo-nos. Como se fosse suposto sabermos de nascença como o fazer!
Esta educação está em falta, e ela é primordial no sucesso das nossas vidas.

Segundo Helen Fisher, os antropólogos ainda não encontraram uma sociedade ou cultura sem a prova de existência de amor romântico!

O mistério, a distância física, a impossibilidade, e as substâncias que temos no nosso sistema cerebral entram em ação para vivenciarmos a maior força do universo: o Amor Romântico!

E conhecendo bem o nosso Cérebro Romântico e o Amor Romântico, podemos aprender a fazer as escolhas românticas certas para nós, as quais vão ditar toda a nossa vida, desde as conversas ao pequeno almoço, ao lugar onde vivemos e à forma como vivemos, se constituímos família ou não, se crescemos e nos desenvolvemos enquanto pessoas, etc.

Futuramente falarei mais sobre os cérebros românticos de cada Tipo de Personalidade. E se quiser já descobrir o seu, pode fazer o Teste de Personalidade abaixo!


O próximo artigo…

…será sobre as várias dimensões do Amor Romântico e a sua expressão nos 4 Tipos de Personalidade dos seres humanos.

Com carinho e até já,

Elisa

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