Perdoar, o que significa?

O rancor, destrói-nos. O perdão, liberta-nos. Liberta-nos acima de tudo de nós mesmos, duma auto-destruição, duma auto-maldição. O perdão liberta o prisioneiro e esse prisioneiro somos nós.

O que significa então, “perdoar”? E o que é que “perdoar” não significa?

Perdoar não significa esquecer.

Perdoar não significa desculpar o comportamento de alguém que nos fez mal, mas sim impedir que esse comportamento destrua o nosso coração. Significa escolher não ser mais a vítima.

Perdoar não significa aceitar o que nos fizeram, significa que o que nos fizeram já não nos controla.

Não significa fingir que nada aconteceu, significa admitir o que aconteceu e aprender a lição sem ficar preso à dor.

Perdoar não significa dar permissão para que continuem a fazer-nos mal, e tão pouco significa continuar a condenar o comportamento do passado ou a projectá-lo no futuro.

Não significa confiar. Não significa dar uma segunda chance para que nos magoem de novo.

Perdoar não é reconciliar, não está implícito. Reconciliar requer uma decisão separada da de perdoar, uma decisão entre manter a distância da pessoa que nos fez mal ou permitir que ela se aproxime de novo.

Quando perdoamos, curamo-nos. E quando curamos, crescemos. O perdão não é algo que fazemos pelo outro, é algo que fazemos por nós próprios, para que possamos ficar bem, iniciar um processo de cura e avançar com a nossa vida.

Escolher perdoar não significa que as feridas se evaporam do dia para a noite. Toda a cura, seja física, emocional ou mental, leva TEMPO.

Escolher perdoar significa simplesmente e em última instância que escolhemos amarmo-nos. Que somos livres, finalmente, libertando para sempre o peso daquilo ou de quem nos fez mal.

Com amor,

Elisa

15 de Abril, 2019.